Jesus e a igreja performática
Disciplinada, ela fotografa sua salada. Num ambiente perfeitamente organizado, com tons pastéis e algumas plantas, ela faz sua boa ioga. Pele viçosa e reluzente. Maquiagem leve com aspecto natural. Rotina invejável de skincare e de exercícios. Roupas básicas em cores neutras. Tudo muito aesthetic, não é mesmo? Tudo muito clean. Afinal, ela é uma clean girl [1], uma trend entre jovens influencers, que vai desde o vestuário, à decoração, organização, alimentação e vida fitness. Prezando pelo minimalismo, tudo em seu lifestyle reflete um ideal estético de simplicidade sofisticada e rotina cuidadosa. A “garota limpa” viralizou na pandemia, quando muitos começaram a repensar a vida, buscar o natural, o simples, o “menos é mais”. O estilo, que tem a modelo Hailey Bieber como um dos principais ícones, parece promover uma beleza acessível e de baixo consumo. Mas só parece.
- A clean girl e o paradoxo da vida leve
Como diz o paradoxo do trabalho, bem expresso por Seu Madruga: “Não há nada mais trabalhoso do que viver sem trabalhar”. Semelhantemente, não há nada mais pesado do que a vida leve apregoada por uma miríade de blogueiras nas redes sociais. Muitos têm denunciado essa tal simplicidade, já que a ideia de “menos consumo” e “bonita sem esforço”, da internet, exige uma boa dose de consumo e de esforço. A indústria lucra bem com esse “anti-consumismo” (a própria Hailey tem sua marca de produtos). Um arsenal de cremes caros, procedimentos estéticos, remédios para emagrecimento e uma intensa rotina de autocuidado, formam um padrão inacessível à reles CLT preocupada com seus boletos. Amanhã, essa tendência – que já deu sinais de cansaço [2] – passa, as herdeiras que a divulgam podem jogar fora seu guarda-roupa clean, comprando um novo em seguida e as seguidoras que lutem para acompanhar a próxima e efêmera tendência.
Não nos entenda mal. Nada contra Hailey Bieber, “tenho até amigas que são”. Minimalismo é bonito, rotina organizada é bom, autocuidado é necessário. Acontece que o que deveria ser um ode à leveza, acaba levando muitas ao esgotamento, como já confessaram algumas entusiastas do estilo [3]. Em busca de pertencimento e aceitação, muitas se dobram a essa obsessão pela estética e rotina perfeita, mesmo com a sobrecarga que a acompanha.
Num hábito cada vez mais comum não só entre elas, lá vão as pobres criaturas filmando até o momento em que despertam a fim de registrar sua rotina impecável. Aliás, muitas se filmam acordando sozinhas no quarto, por vezes num ângulo de cima da cama. Vamos às indagações: Alguém sobe na cama e as “flagra” acordando? Elas acordam, posicionam câmera (no teto), ajustam foco, deitam e fingem que estão acordando? Deixam a câmera filmando a noite inteira? São tantas questões… É tudo meticulosamente roteirizado e editado para aparentar ser muito espontâneo. Não precisa ser, basta aparentar, para mostrar nas redes. Fica bonito no reels.
- A fé performática e a busca pela imagem perfeita
No mundo digital, onde imagem é tudo, essa busca por uma aparência “limpa” não se limita à moda. Um ambiente em que também tem bastado aparentar para mostrar na internet é, infelizmente, o de muitas igrejas. A espiritualidade tem se moldado a esse formato: uma fé cuidadosamente editada e apresentada para as redes sociais. Coincidência ou não, Hailey e seu marido, o cantor Justin Bieber, são membros de uma mega-igreja evangélica nos Estados Unidos que atrai um número notável de estrelas de Hollywood e outros famosos. Não somos capazes de opinar se a espiritualidade deles se enquadra nisso, mas várias igrejas importam muito desse culto à fama e à celebridade. Isso foi potencializado quando as transmissões on-line das igrejas também explodiram com a pandemia e, com elas, os registros em vídeo e fotos do culto. Em muitos casos, esses registros deixam a impressão de que a devoção “natural” e “genuína” também deve ser cuidadosamente roteirizada [4].
A adoração parece simples e sincera, mas por trás há uma pressão por uma imagem impecável e superficial. O momento com Deus não é apenas uma experiência com ele, mas algo a ser postado, comentado, compartilhado e instragramizado. Tanto a estética clean das influenciadoras quanto essa fé performática, compartilham a necessidade de controle sobre a imagem. Ambas exigem um esforço dispendioso, e o que parece natural é, na verdade, altamente elaborado.
Dessa forma, o culto à imagem não está restrito às blogueiras; ele invade a adoração, levando muitos a priorizarem a aparência. A “fé” calculada e exibida nas redes sociais busca a aprovação dos outros, logo, o ambiente de culto e as ações religiosas tornam-se a deixa para construir uma marca pessoal — um perfil curado por filtros e poses de devoção. A espiritualidade ensaiada, tal como a beleza clean, é resultado de uma construção que busca esconder a vulnerabilidade e a imperfeição. Assim, “as redes sociais podem moldar a forma de expressar a fé e levar a pessoa a acreditar na ‘religião perfeita’, aquelas com as ‘belezas’ do Instagram e de outras redes sociais [5].”
- O secundário tornando-se essencial
Perceba, não estamos falando de alguém que deixou de orar junto com a igreja ou de se concentrar na ceia porque estava cuidando das crianças, socorrendo alguém ou exercendo qualquer outra atividade essencial e inadiável. Estamos falando de pessoas que culto após culto sacrificam esses momentos e até mesmo o de outras pessoas, tirando-lhes a atenção, em prol de algo que é nada mais do que perfumaria. Perfumaria porque ainda que o culto deixe de ter cada trecho registrado em imagens, ele continuará acontecendo do mesmo jeito (até melhor, diga-se de passagem): Deus continuará sendo glorificado e os adoradores continuarão sendo edificados. Vale lembrar que “a adoração é aquilo a que consagramos nosso interesse, nosso entusiasmo e nossa devoção” [6]. Então, quando nossa energia é semanalmente drenada para outra coisa que não a Palavra e tratamos o secundário como essencial a ponto de sacrificar o essencial, como a oração comunitária e a atenção no culto, temos aí o sintoma de uma enfermidade. Em vez de um culto a Deus, prestamos um formidável espetáculo midiático de culto a nós mesmos.
Dessa forma, já não é tão incomum ouvir em algumas igrejas frases como: “Vamos atrasar o início do culto, estamos com problema na transmissão do YouTube” ou “Tira essa música do louvor, caíram as visualizações da live”. Essas preocupações refletem a crescente influência das plataformas digitais sobre a dinâmica dos cultos. O foco, antes centralizado na experiência espiritual e comunitária, começa a ser moldado pelas demandas de uma audiência on-line, que consome conteúdo fácil, rápido e altamente visual. Assim, pregadores podem ser orientados a falar por apenas 20 minutos porque “as pessoas não conseguem assistir vídeos longos no Instagram”, e alguém da equipe técnica pode, com tranquilidade, desconcentrá-lo com um: “Fala pro pregador vir mais pra direita, ele está saindo do enquadramento”. Afinal, “há uma preocupação com o período de duração do culto ou da missa, a partir do tempo limitado e cronometrado das transmissões de TV e Internet” [7]. Até mesmo pode-se tirar membros do culto para gravar um Tiktok divulgando alguma programação da igreja.
No texto anterior, abordamos a importância de calibrar o entusiasmo pelos benefícios da tecnologia com uma cuidadosa reflexão. Quando bem utilizadas, essas ferramentas podem ser de grande auxílio na pregação da Palavra. A utilização de tais recursos pela igreja, porém, só alcançará esse objetivo pelo caminho da fidelidade aos valores ensinados nessa Palavra.
E aqui sequer estamos considerando que a adoração é um mandamento direto do Senhor Jesus, portanto, ela não é opcional aos que afirmam segui-lo. Em outras palavras, quando as pessoas no culto vivem em constantes distrações do culto, não estão simplesmente comprometendo uma experiência como assistir a um filme, mas algo muito maior. Um adorador, independente de sua função na igreja, é um adorador, sua missão é estar presente “em espírito e em verdade” (Jo 4.23); não ser um repórter cobrindo um evento ou mesmo um paparazzi “clicando” celebridades no glamour do tapete vermelho.
Nunca é demais lembrar que a adoração é para Deus, não para satisfazer nossos interesses (ainda que tentemos disfarçar isso, afirmando que estamos fazendo para ele ou para o próximo). Quando vivemos para que o canal da igreja, ou o nosso próprio, tenha mais seguidores ou os posts mais curtidas, eis um sinal de alerta. Quando nos exaurimos para a fama do nome da nossa comunidade ou instituição, em vez de para a fama do nome de Jesus, mostramos que, diferente do que professamos, não estamos fazendo para ele.
- O culto como espetáculo midiático
Essa crescente dependência de métricas digitais gradualmente transforma o culto em um espetáculo coreografado para agradar os algoritmos e capturar a atenção de um público virtual. O culto sofre alterações para se adequar a um formato que seja visualmente atrativo. Tudo sem uma reflexão acerca de se essas alterações são boas ou ruins para a adoração, importa apenas que “funcionem” diante das câmeras. O ambiente físico da igreja passa a ser um cenário para uma produção estética, onde o conteúdo é ajustado para garantir uma boa “performance”, muitas vezes à custa de profundidade espiritual. Isso porque,
“…na cultura do espetáculo o que importa é a imagem da coisa e não o conteúdo. É o ideal criado em cima dela e não a essência dela […]. Temos procurado um evangelho de espetáculo, uma Igreja de espetáculo e uma fé de espetáculo. […] Tudo precisa ser descolado, ousado, único. Estamos mal-acostumados e isso nos traz à um lugar de insatisfação no evangelho.” [8]
Mesmo sem, provavelmente, entender essa dimensão espiritual da questão, o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han faz uma análise precisa: “Sim, hoje nós nos fazemos importantes nas redes sociais […]. Nós produzimos informações e aceleramos a comunicação, na medida em que nos ‘produzimos’, nos fazemos importantes. Nós ganhamos visibilidade, expomo-nos como mercadorias” [9]. Afinal, “mergulhadas na sociedade do espetáculo, as práticas religiosas se mostram cada vez mais espetaculares, na medida em que, influenciadas pela mídia, são reformuladas segundo as regras próprias do espetáculo (show business) e da indústria do entretenimento.” [10]
As metas atuais de crescimento de muitas igrejas estão cada vez mais entrelaçadas com o exibicionismo midiático. A busca por relevância, números, e engajamento nas redes sociais leva a uma cultura de aparências, onde a imagem projetada de sucesso muitas vezes se sobrepõe à missão da igreja. Contudo,
“A igreja não existe para se expandir em edifícios, orçamentos e traseiros nos bancos. Não existe para provar que o cristianismo é descolado […]. Existe para transformar pessoas em pequenos Cristos. No entanto, a ênfase exagerada no crescimento numérico e visibilidade pública desvia a atenção da transformação espiritual autêntica. Crescimento em tamanho muitas vezes suplantou crescimento em santidade; ao longo do tempo, essa ênfase justificou sutilmente meios que se mostraram ‘eficazes’ para obter o crescimento.” [11]
Nesses “meios eficazes” podem ser incluídos o uso exagerado de mídias para criar uma imagem de proeminência ou espiritualidade que, na verdade, serve mais ao ego e à autopromoção do que à Mensagem. Por isso, nesse frenesi por exposição midiática, os diretores de comunicação das igrejas viram uma espécie de blogueiras fazendo “publis” da marca que é a comunidade em que congregam, focados em garantir que ela seja vista como relevante, dinâmica e envolvente. Essa relevância, no entanto, é frequentemente medida não pela fidelidade a Cristo, mas pelos discursos “antenados” e números alcançados. É apenas negócio. Mas enquanto as marcas seculares o fazem pelo dinheiro, essas igrejas (ao menos as que não visam tão-somente o “vil metal”), o fazem pelo prestígio. Como é possível notar, não há nada dos ensinos de Cristo nisso, ainda que a linguagem repleta de palavras-gatilho, como “reino”, “evangelho” ou “amor”, tente nos persuadir do contrário.
- Adorador ou consumidor
Além disso, tal exibicionismo frequentemente transforma a fé em um produto a ser consumido, em vez de vivido e partilhado com sinceridade. Essa fé se torna moldada pelas tendências que vêm e vão, numa “criação exaustiva de novos produtos, discursos religiosos e entretenimento, afinal, a mercadoria precisa dar lugar [à outra] mercadoria.” O que acaba se tornando mais marketing espiritual do que adoração. “Tratar a própria igreja como mercado consumidor […] mostra que as coisas sagradas e separadas sucumbiram às exigências insaciáveis do mercado de consumo.” Quando eventos e programas são projetados visando atrair uma audiência, com ênfase em quão cosméticos eles são, a mensagem central do evangelho se perde, a adoração e a comunidade se esvaziam de seu verdadeiro propósito e o ensino e o discipulado se tornam secundários ou completamente ausentes. Afinal, para quê um coração contrito, com sede de transformação e adoração, se o feed já está harmonioso e numa linda paleta?
- O contraste com o ministério de Cristo
Cristo, por sua vez, nunca usou o prestígio ou a popularidade como medidas de sucesso. Ele passou três décadas de sua vida em quase completa irrelevância, como a esmagadora maioria dos santos que já andaram, andam ou andarão sobre a Terra. “Para cada santo famoso, há milhões de santos comuns. Gente comum é o principal meio usado por Deus para atuar no mundo e através dele ao longo dos séculos. Cada vez mais, entretanto, parece que muitos de nós não nos contentamos em ser cristãos comuns.” [12]
“Jesus se retira para o monte em solitude quando a multidão, depois de ver o milagre da multiplicação da comida, decide fazê-lo rei. Veja, Cristo, sendo Deus, soube que a fama naquele formato não condizia com sua missão. […] E aqui está […]: será que nós, que temos essa plataforma, estamos nos retirando para os montes em solitude quando, ao invés de ver Cristo em nós e adorá-lo, nossos seguidores começam a nos dar fama […]? Ou será que, ao contrário de Jesus, nós gostamos do calor do holofote em nós, e permanecemos ali, com as flores jogadas aos nossos pés?” [13]
O ministério de Cristo era marcado pelo serviço silencioso, pelo cuidado aos marginalizados e pelo chamado à sinceridade na fé. A busca por prestígio social disfarçada de zelo pela obra de Deus não reflete o coração do evangelho.
- Negócios do Rei
Enquanto isso, andamos de um lado para o outro, esquecendo que “a adoração vem antes do serviço, e o Rei, antes dos negócios do Rei” [14]. A repreensão de Jesus serve também como um alerta para as “Martas” de hoje: “Marta, Marta, você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia, apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lc 10.41-42).
Como Marta, podemos ser tentados a cuidar de muitas coisas, supostamente para Jesus, enquanto tudo o que ele quer é que nos assentemos aos seus pés para ouvir e sermos cuidados por ele. Do contrário, deixamos de crescer com a igreja, mesmo estando lá a cada culto, porque estamos mais preocupados com toda a parafernália operacional – estética do programa, fotos perfeitas, interações na live do culto, número de visualizações e curtidas. E, muitas vezes, não basta que essa parafernália seja colocada para funcionar. Ela precisa funcionar de uma forma que seja nítido que há uma parafernália funcionando, pois isso traz admiração. Admiração ao nosso trabalho, à nossa comunidade, não a Deus.
C. S. Lewis escreveu muito bem:
“O bom calçado é aquele que você não nota. A boa leitura torna-se possível quando você não precisa pensar conscientemente sobre os olhos, a luz, a impressão, a pronúncia. O culto perfeito da igreja seria aquele que passasse praticamente despercebido; nossa atenção estaria voltada para Deus”. [15]
Jesus não estava condenando o trabalho de Marta, não estava sugerindo que ela deixasse de ser trabalhadora e diligente com seu lar, mas condenando o lugar que aquele trabalho ocupava. Da mesma forma, esta série não tem o objetivo de fazer com que cristãos e suas igrejas excluam suas redes sociais ou odeiem a tecnologia (em caso de dúvida, volte ao primeiro texto), mas que repensem o lugar que isso ocupa em suas vidas.
Marta sequer estava fazendo algo errado em si e suas intenções eram boas, mas estava tão absorvida nas tarefas para Jesus que acabou não desfrutando da presença do próprio Jesus. O chamado de Cristo vai além de meras ocupações externas e um serviço que podemos perder com uma oscilação na internet. Ele nos convida a escolher “a boa parte” — a quietude aos Seus pés, uma escolha que jamais nos será tirada.
É importante lembrar que é nítido nos evangelhos que Marta realmente amava Jesus e aquele caso não necessariamente era um reflexo de toda sua vida. Muitos, no entanto, vivem constantemente numa dinâmica de sacrificar a adoração e a comunhão, onde a performance se torna o foco.
Marta falhou, mas sua falha foi acompanhada por um coração genuinamente voltado para Jesus. Diversos cristãos, porém, sem demonstrar sequer o amor de Marta por Cristo, estão tão focados em promoção pessoal que sua ocupação com “os [supostos] negócios do Rei” deixa de ser uma exceção e se torna a regra. Para os que se encontram sistematicamente focados em trabalhar por seu próprio prestígio ou o da sua comunidade, a repreensão de Jesus não é branda como a dada a Marta, mas dura como a destinada aos fariseus.
- A hipocrisia da performance religiosa
A questão da hipocrisia se torna relevante nesse contexto. Quando a prática exterior não reflete a verdadeira condição interior, a fé se torna forçada e vazia por estarmos mais preocupados com o gerenciamento da imagem do que com onde está nosso coração. Jesus condenou a hipocrisia dos fariseus, que realizavam atos de piedade para serem vistos, mas careciam de genuinidade espiritual (Mt 23.5-7). O exibicionismo de muitas comunidades, com foco em produzir eventos visualmente impressionantes, frequentemente cria uma máscara que oculta a verdadeira necessidade de transformação de caráter. Mas, claro, quem precisa de caráter transformado quando já tem fotos impecáveis na timeline?
Todo cristão precisa se perguntar: o que Jesus ensina sobre a exibição do serviço e da adoração requerida de Seus discípulos? Será que Ele realmente se agrada de tudo o que dizemos fazer em Seu nome? A aceitação de um culto por parte de Jesus depende apenas de autodeclaradas boas intenções, bom gosto ou de uma aparente expressão de amor?
No Sermão do Monte, o Mestre advertiu seus seguidores sobre o perigo de realizar atos de “amor” e “fé” com o objetivo de impressionar os outros. Ele disse:
“Quando praticarem o bem, procurem não o fazer diante dos outros para dar nas vistas. Se assim fizerem, já não terão nenhuma recompensa a receber do vosso Pai que está nos céus. Portanto, quando deres esmola, não faças alarde à tua volta, como é costume das pessoas fingidas, nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiadas. Garanto-vos que essas pessoas já receberam a sua recompensa. (Mt 6.1-2, Bíblia, O Livro – Sociedade Bíblica de Portugal).“
Jesus continua:
“E, quando forem à presença de Deus, também não façam disso uma produção teatral. Essa gente que faz da oração um show está buscando o estrelato! Vocês acham que Deus está no camarote, apreciando o espetáculo? É assim que eu quero que vocês façam: encontrem um local tranquilo e isolado, de modo que não sejam tentados a interpretar diante de Deus. Apenas fiquem lá, tão simples e honestamente quanto conseguirem. Desse modo, o centro da atenção será Deus, não vocês, e vocês começarão a perceber sua graça. (Mt 6.5-6, A Mensagem).“
De certa forma, isso não parece se encaixar com a publicidade que muitos crentes costumam fazer de seu serviço e devoção. Não são poucos os que se filmam ou se fotografam orando, chorando, precisam mostrar que estão em jejum ou ajudando um necessitado. Fazem questão de compartilhar cada pequena boa ação, como doações ou visitas a orfanatos e abrigos, sempre com uma câmera em mãos para registrar o momento “espontâneo” de serviço ao próximo. Antes de se ajoelhar, o filho de Deus se preocupa em ajustar a câmera, o cenário, o ângulo, o foco, a luz, pensa no filtro, na legenda… Sim, cansa só de descrever o ritual! De fato, “nada mais trabalhoso do que viver sem trabalhar”. O alerta de Jesus permanece relevante como correção e orientação para nos ajudar a lidar com a cultura da imagem que predomina em nossos dias, em que, muitas vezes, “a postura na adoração é nada mais do que impostura”[16].
Isso significa que fotos das pessoas cantando ou orando jamais podem ser publicadas? Não. Mas o contexto ou o excesso delas podem ser um mau sinal. É claro que a definição de excesso pode variar. Mas quando membros, que deveriam estar aprendendo junto com o restante da igreja, deixam de orar e de se concentrar na mensagem porque estão empenhados em capturar o melhor ângulo ou pensando na legenda ideal para aquele clique, então esses registros se tornaram um problema. Quando as pessoas adiam uma doação aos necessitados para um momento em que haverá mais mídia, esse sistema de caridade se tornou um problema. Quando expomos pessoas em situação de vulnerabilidade porque é mais importante expor nossa bondade aos outros, então temos um problema. Quando usamos hashtags alardeando nosso jejum ou nossa oração de madrugada, temos um problema.
“Mas expor essas ações não pode motivar outros nessas boas práticas também?”, perguntam alguns. Podemos, gentilmente, perguntar de volta: Jesus não sabia disso? Será que pensamos saber mais do que ele sobre como motivar o bem? Por que ele não disse: “Quando orarem, derem esmolas ou jejuarem mostrem aos outros para que eles sejam incentivados a fazer o mesmo”, mas disse o exato oposto disso? E, embora estejamos abertos a explicações, até agora, sempre que perguntamos como conciliar o mandamento de Jesus de não publicizar nossa bondade com a ideia de que isso motiva outros, jamais recebemos uma resposta concreta.
O pensamento de que devemos expor boas ações para inspirar outros, embora popular, precisa ser encarado sob as orientações de Jesus, que nos ensina a agir em segredo. Isso não significa que não haja espaço para qualquer registro. Pelo contrário, registros de doações, por exemplo, garantem responsabilidade e prestam contas aos doadores. No entanto, o foco não deve estar na exibição, mas na verdadeira intenção de servir, sem transformar atos de bondade em show. Quando a busca por visibilidade é disfarçada com palavras de altruísmo, se escondendo sob um véu de generosidade, o propósito já foi contaminado. A preocupação deve ser sempre a dignidade dos beneficiados e o compromisso com a missão da igreja.
No trabalho de um amigo, há uma cota de doações em dinheiro dos servidores da empresa para contemplar alguém necessitado, no fim do ano. Quando a doação é entregue, fotos são tiradas com a pessoa necessitada entre sorridentes doadores que posam ao seu lado. Certa vez, ele percebeu que a pessoa auxiliada (vamos chamá-la de Maria) parecia um pouco constrangida com as fotos. Depois da entrega, ele foi conversar com Maria dizendo que percebeu um certo desconforto de sua parte. Mesmo que muito grata pela doação, ela confirmou suas impressões e desabafou: “É que parece que o povo quer aparecer”.
Assim, não só por uma ordenança cristã, mas por uma questão mesmo de humanidade, esse registro deve ser feito de maneira comedida e respeitosa, priorizando a dignidade dos assistidos e evitando a exploração de suas histórias para fins de promoção pessoal. A transparência não pode vir às custas da sensibilidade; deve-se buscar um equilíbrio entre informar os doadores sobre o impacto das doações e preservar a privacidade dos envolvidos. A prática de generosidade pode ser fortalecida sem transformar a bondade em espetáculo, mantendo o foco no verdadeiro propósito do serviço e da compaixão que devem guiar as ações da igreja. Veja a imagem a seguir [17].

- Pornografia espiritual
Todos consideramos que um casal fazer um ótimo sexo regularmente é uma benção de Deus. O sexo dentro do matrimônio é mandamento divino. Mas imagine que esse casal comece a filmar e fotografar seus momentos de intimidade sexual para ensinar e incentivar outros casais nessa boa prática (ou melhor, não imagine). Esse casal, provavelmente, seria bem-sucedido nesse incentivo, mas ao custo da desobediência a Deus. O fim não é suficiente para justificar esse meio.
Jesus diz que o sexo é íntimo e privado, não importa o que diga nossa sociedade pornificada. Tomadas as devidas proporções, acabamos de ver que Jesus também diz, expressamente, que nossos atos de bondade são íntimos e privados. Logo, também não importa o que diga nossa sociedade espetacularizada. A verdadeira bondade, de acordo com Jesus, brilha mais intensamente quando realizada em humildade e discrição.
Não podemos transformar nossos perfis em Only Fans gospels. Expor boas obras que são íntimas e privadas é uma espécie de pornografia espiritual.
- A intenção e o valor da ação
A intenção distorcida altera completamente o valor de um ato. Ela desvaloriza mesmo a mais “generosa” doação (Mc 12.41-44). No sermão do monte, Jesus deixou claro que até os mais elevados gestos de louvor, como a oração, tornam-se vazios se a intenção é o aplauso humano. A pergunta que devemos fazer é: a motivação por trás desse evento ou postagem é realmente glorificar a Deus e edificar os outros, ou exibi-los como se fossem produtos numa vitrine? Se, em algum nível, o objetivo for atrair atenção para quão superior, moderna ou atraente é nossa comunidade — seja pela tradição, pela forte teologia ou por ser “descolada” —, isso é um sinal claro de que o uso da imagem está se tornando autocentrado. Assim, em vez de se alimentar a fé, alimenta-se o ego, transformando os eventos e publicações numa ânsia por validação [18].
Quando a prática cristã é moldada pela necessidade de impressionar, seja por meio de eventos, cenários e imagens “instagramáveis”, o pecado da vanglória se revela. A adoração deixa de ser uma expressão sincera de devoção a Deus e se transforma em uma busca por reconhecimento e louvor humano.
De acordo com Umberto Galimberti, é o pecado da vanglória que alimenta a contínua necessidade de demonstrar superioridade e reafirmar constantemente sua própria importância e identidade diante dos outros.
“O soberbo tende a se mostrar porque […] está enamorado da própria excelência […]. Da mesma forma que a inveja, portanto, também a soberba [vanglória] é ‘relacional’, no sentido de que ninguém se ensoberbece na solidão, mas sempre em relação aos outros, de quem possui uma absoluta necessidade para poder expressar a sua superioridade […]. A soberba [vanglória] coloca as suas raízes no núcleo mais profundo da natureza do homem, que tende sempre para a procura e para a afirmação da sua identidade.” [19]
Ouçamos Jesus outra vez. Ainda no Evangelho de Mateus, ele pronuncia vários lamentos e advertências àqueles que se contentavam em viver de aparências enquanto o caráter não correspondia à estética que demonstravam exteriormente:
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas, no interior, estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundícia. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e iniquidade (Mateus 23.25-28).“
Nessa veemente repreensão aos mestres israelitas, Jesus se refere a uma “beleza” exterior que, à primeira vista, pode até parecer atrativa e digna de elogios, mas que, ao ser examinada mais de perto, revela não estar apenas vazia, mas cheia de “imundícia”, “hipocrisia e iniquidade”. Eles usavam a estética exterior como máscara a fim de esconder a maldade interior. Assim, para Jesus, a beleza de fora, sem a justiça de dentro, não é apenas vazia, mas asquerosa.
“Executar uma performance religiosa impecável como a capa que esconde uma vida vergonhosa impublicável é puro e simples paganismo. Deus não se ilude com agrados momentâneos, ele vê a totalidade de uma existência verdadeira. Comportar-se como ator e pensar que está tudo bem não é e nunca foi cristianismo. Por isso, Jesus disse a Nicodemos: ‘importa nascer de novo’. Deus não aplica verniz em ninguém. Com ele, é regeneração!” [20]
- O velho farisaísmo em diferentes formas
Alguns, geralmente inseridos em comunidades que se pretendem mais contemporâneas, costumam acreditar que esse palco de atores é sinônimo de igrejas tradicionais, com seus ritos e formalidades frequentemente vazias. Hoje em dia, é comum associar a figura do fariseu ao crente tradicionalista. Porém, essa associação restrita pode ser uma perigosa armadilha de autojustificação. Enquanto aponta o dedo, esse mesmo crente pode se assemelhar aos fariseus de duas formas principais. Primeiro, ao realizar suas atividades comunitárias com o objetivo de obter visibilidade à vista de um determinado público. Depois, ao manifestar o mesmo espírito dos fariseus ao se julgar superior a quem não pensa ou age como ele (Lc 18.9-14), tornando-se assim, como alguém já falou, “o fariseu do fariseu”. Tal cristão, com uma atitude de supremacia moral e monopólio da virtude, acusa outros de serem fariseus, enquanto se torna o que jurou combater.
O farisaísmo pode se manifestar tanto em: “Vejam, como nossa música é espiritual! Só cantamos hinos antigos acompanhados ao piano e orquestra!”. Quanto em: “Vejam como nossa música é moderna! Só cantamos músicas da moda, com guitarra, bateria, palmas e mãos levantadas”. No fim das contas, apesar de cristãos tradicionais e modernos se acusarem mutuamente, a hipocrisia não está confinada a práticas conservadoras ou liberais; ela se manifesta em qualquer lugar onde o poder de influência e a imagem são mais valorizados do que a essência, onde o marketing da comunidade substitui o amor desinteressado e a santidade interior.
A mensagem de Cristo é atemporal: Seu foco está na desconexão entre aquilo que o crente ostenta ser e o que ele, no íntimo, realmente é. Logo, essa advertência abrange tanto o rígido crente tradicional com seu apego supersticioso ao terno e à gravata, falando palavras arcaicas atrás de um púlpito de madeira; quanto o barbudo, tatuado, usando Vans Old Skool, falando gírias atrás de um púlpito de acrílico e com uma parede preta ao fundo.
O que é visto como “modernidade” pode ser apenas uma reencarnação do velho farisaísmo, camuflado sob nova roupagem. Este ponto é crucial: independente do momento histórico, toda busca por louvor humano e toda arrogância ou esnobismo espiritual são atitudes farisaicas, não importa como elas se materializam na cultura contemporânea. Mesmo quando as ações estão revestidas de uma estética moderna e culturalmente “descolada”, o problema fundamental permanece: o foco está em como seremos vistos, não em como adoramos a Deus ou servimos ao próximo. Ajustar a aparência e o estilo para se adequar às sensibilidades modernas não muda o fato de que a exaltação do próprio nome — seja o nome do líder personalista ou da igreja dele — persiste. Em outras palavras, a verdadeira adoração não é midiática, muito menos é medida pela inovação ou apelo visual, mas pela sinceridade do coração e pela busca de um relacionamento real com Deus.
Quem quer que aja movido pelo desejo de ostentar aparências, que se dedique mais à manutenção do status do que à transformação do coração pode se tornar alvo dessas palavras de Jesus. “Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. […] amam os lugares de honra nos banquetes, os assentos mais importantes nas sinagogas, as saudações nas praças e que as pessoas os chamem ‘Rabi’” (Mt 23:5-7). Assim, pegue um antigo fariseu, retire dele o conhecimento bíblico e você terá um exemplar médio do crente atual. O tradicional ou o moderno, tanto faz. Ambos são apenas o meme dos dois homem-aranha apontando um para o outro. Mas como os fariseus atuais fazem tudo isso com um filtro Tumblr, então parece que está tudo bem.
- O foco na aparência
Jesus adverte seus discípulos a não julgarem “segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7.24). É importante ressaltar que o Jesus dos Evangelhos não foi um inovador nessa área. No Antigo Testamento, ele sempre advertiu quanto ao deixar-se levar pela exterioridade: “Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Sm 16.7, NVI). Obviamente, o ponto não é a aparência ou “a estética em si […], mas torná-la a régua que regula o valor das pessoas. [21]” O problema é quando uma fachada é tudo o que temos a oferecer ou a enxergar no outro e nos alicerçamos nela a fim de conquistar respeitabilidade.
Deus deixa claro em diversas ocasiões que mesmo os rituais que ele próprio havia ordenado, quando não acompanhados de verdadeira piedade e justiça, eram insuportáveis para ele:
“Para que me oferecem tantos sacrifícios?”, pergunta o Senhor. “Estou farto de holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos gordos. Não tenho nenhum prazer no sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes! Quando vocês vêm à minha presença, quem pediu que pusessem os pés nos meus átrios? Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é detestável para mim. Festas da Lua Nova, sábados e reuniões! Não consigo suportar as suas assembleias cheias de iniquidade. Odeio as suas Festas da Lua Nova e as suas festas fixas. Tornaram‑se um fardo para mim; não as suporto mais! (Is 1.11-14. Ver também Os 6.6).
A ordem para que parassem “de trazer ofertas inúteis” (v. 13) explicita a natureza delas. A palavra no original hebraico para “inúteis” é shav, que significa “vãs”, “vazias”. Não importa quão atraentes aqueles rituais eram ou com que perícia fossem executados; as ofertas daquelas pessoas eram detestáveis a Deus porque apesar de, na forma, cumprirem o que ele estabeleceu, eram vazias em essência.
Diante de tais repreensões, que o clamor do salmista ecoe em nosso coração, em nossas igrejas e em nossos perfis nas redes sociais: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade” (Sl 115.1), pois importa que ele cresça e nós diminuamos (Jo 3.30).
- O reflexo digital, a morte espiritual e a promessa de vida
Neste artigo, vimos que “a tecnologia não deve ser uma intrusão ao culto, nem ser usada em consideração própria. Antes, deve servir ao propósito do culto. [22]” Seu uso será uma bênção, mas não em detrimento do chamado bíblico à análise da motivação com que servimos a Deus e suas advertências contra a priorização da aparência e do exibicionismo espiritual. Do contrário, por mais naturais e clean que sejamos na estética, aquele que sonda mentes e corações saberá que não passa de uma beleza superficial e falsamente construída.
Mais do que nunca, as pessoas estão viciadas em imagem, principalmente na imagem de si mesmas. Tal como no mito de Narciso, as igrejas também se apaixonaram por sua própria imagem refletida no lago digital. E tal como no mito, essa obsessão por si mesma tem levado muitas igrejas a óbito. Ainda que tenham nome de que vivem (capital social e financeiro, belos programas, entretenimento, influência etc) podem estar mortas (Ap 3.1).
No próximo texto, veremos mais sobre os problemas da superexposição, quais as consequências dela à nossa adoração e relacionamentos, bem como propostas de solução para esse problema tão profundo. Considere esta reflexão como um manifesto contra a cultura de exibição que permeia nossas vidas. Ela não é apenas uma crítica, mas um apelo para que resgatemos o verdadeiro valor das experiências humanas. Quando deixamos de lado a necessidade de capturar e exibir, começamos a perceber a riqueza que existe em estar plenamente presentes, em absorver a essência do que vivemos, sem a distração constante de tentar transformá-lo em algo para ser visto. Isso nos convida a um retorno ao que é genuíno, ao que realmente importa, aquela “boa parte”, que não nos será tirada.
Referências:
[1] Para mais informações: Crescendo aos Poucos. Como ser uma clean girl: um guia completo para a estética minimalista e sofisticada. 21 ago. 2024. Disponível em: https://crescendoaospoucos.com/2024/08/21/como-ser-uma-clean-girl-um-guia-completo-para-a-estetica-minimalista-e-sofisticada/. Acesso em: 20 set. 2024.
[2] Revista Estilo. Fim da era Clean Girl e a ascensão da Messy Girl. Disponível em: https://revistaestilo.com.br/fim-da-era-clean-girl-e-a-ascensao-da-messy-girl. Acesso em: 19 set. 2024.
[3] MARX, Matheus. O lado sujo da estética viral Clean Girl do TikTok. Matando Matheus a Grito. YouTube, 22 ago. 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TBkqgX90s6c. Acesso em: 2 set. 2024.
[4] Para mais sobre isso, confira o primeiro texto desta série.
[5] Universidade Salesiana. Unisal Americana: Pastoral retoma os colóquios da “Fé e Razão”. 2023. Disponível em: https://salesianossp.org.br/unisal-americana-pastoral-retoma-coloquios-fe-razao/. Acesso em: 20 set. 2024.
[6] Universidade Salesiana. Unisal Americana: Pastoral retoma os colóquios da “Fé e Razão”. 2023. Disponível em: https://salesianossp.org.br/unisal-americana-pastoral-retoma-coloquios-fe-razao/. Acesso em: 20 set. 2024.
[7] SANCHES, P. A influência midiática sobre as igrejas cristãs no Brasil. Práxis Teológica, volume 19, número 1, e-1922, 2023.
[8] BOAS, Brunna Vilas. A cultura do espetáculo. Good Villages, 5 jul. 2021. Disponível em: https://www.goodvillages.com/discipulado/a-cultura-do-espetaculo/. Acesso em: 20 set. 2024.
[9] HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2017. p. 126.
[10] PATRIOTA, Karla Pereira; MOTTA, Roberto Cortez. O show da fé: a religião na sociedade do espetáculo: um estudo sobre a Igreja Internacional da Graça de Deus e o entretenimento religioso brasileiro na esfera midiática. 2008. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9242. Acesso em: 20 set. 2024.
[11] BEATY, Katelyn. Fama, dinheiro e influência: Como a cultura de celebridade enfraquece a igreja. São Paulo: Mundo Cristão, p. 187.
[12] BEATY, p. 16.
[13] WALSH, Francine Veríssimo . [@francinevwalsh]. Sobre fama. Instagram, 9 set. 2024. Disponível em: https://www.instagram.com/francine.verissimo.wals . Acesso em: 9 set. 2024.
[14] BLANCHARD, John. Pérolas para a Vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p. 6. Edição eletrônica.
[15] Letters to Malcolm, New York: Harcourt, Brace, and World, 1964, p. 4. Apud Bruce L. Shelley. A adoração e a igreja. Disponível em: https://cruciforme.com.br/a-adoracao-e-a-igreja-bruce-l-shelley/. Acesso em: 20 set. 2024.
[16] WATSON, Thomas. Apud BLANCHARD, p. 7.
[17] Idosa recebendo cesta básica e mostrando o dedo do meio.
[18] De acordo com Heidt: “No início da década de 2010, os sistemas de ‘networking’ social que haviam sido (majoritariamente) estruturados para conectar pessoas se transformaram em ‘plataformas’ de rede social, repensadas (majoritariamente) para incentivar performances públicas de um para muitos em busca de validação não só de amigos, mas de desconhecidos.” (HAIDT, Jonathan. A Geração Ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais, p. 145. Edição eletrônica).
[19] GALIMBERTI, Umberto. Os vícios capitais e os novos vícios. São Paulo: Paulus, 2004, pp. 39-40.
[20] OLIVEIRA, José Eduardo. Deus não se ilude com agrados momentâneos. Disponível em: https://arquicascavel.org.br/noticias/nacional/10186-pe-jose-eduardo-ldquo-deus-nao-se-ilude-com-agrados-momentaneos-rdquo-. Acesso em: 27 ago. 2024.
[21] BAHIENSE
[22] SCHUURMAN, Derek C. Moldando um Mundo Digital: Fé, Cultura e Tecnologia Computacional. Brasília: Monergismo, 2019. p. 125.